Antes de conhecer as Irmãs e a Fundação, nem sequer sabia procurar no mapa. Agora que tive o prazer de vir e ver a realidade, tenho muito para contar.
Para contextualizar, é necessário conhecer um pouco da sua história e economia.
Timor-Leste, um pequeno país insular do sudeste asiático, tem uma história marcada pela luta pela sua identidade e soberania.
Durante séculos, Timor foi uma colónia portuguesa. A influência cultural e linguística de Portugal ainda se faz sentir no país. A independência foi proclamada em 1975 e, poucos dias depois, a Indonésia invadiu Timor-Leste e anexou-o como a sua 27.ª província. Este período foi caracterizado por uma ocupação violenta e repressiva.
Após um período de transição administrado pelas Nações Unidas, Timor-Leste obteve, finalmente, a sua independência em 2002, tornando-se o país mais jovem do mundo nessa altura.
Desafios atuais:
Apesar de ter alcançado a independência, Timor-Leste enfrenta inúmeros desafios, tais como:
- Pobreza: O país continua a ser um dos mais pobres do mundo, com elevadas taxas de pobreza e desigualdade.
- Desenvolvimento: Timor-Leste está a trabalhar para desenvolver as suas infraestruturas, a sua economia e o seu sistema educativo.
- Estabilidade política: O país registou alguns episódios de instabilidade política nos últimos anos.
A economia de Timor-Leste
- Dependência da ajuda internacional.
- Recursos naturais limitados.
- Mercado ilegal de trabalho.
- Agricultura de subsistência.
A pobreza em Timor-Leste: Um desafio persistente
A pobreza é uma das principais problemáticas que Timor-Leste enfrenta, apesar de ter alcançado a sua independência. Apesar dos recursos naturais, como o petróleo e o gás, uma grande parte da população vive em condições de vulnerabilidade.
Consequências da pobreza:
- Malnutrição: Uma grande parte da população, especialmente nas zonas rurais, sofre de malnutrição devido à falta de acesso a alimentos nutritivos.
- Acesso limitado a serviços básicos: A pobreza limita o acesso a serviços básicos como água potável, saneamento e cuidados de saúde.
- Baixa escolaridade: Muitas crianças não completam os seus estudos devido à pobreza e à necessidade de trabalhar para ajudar as suas famílias.
- Vulnerabilidade perante catástrofes naturais: A pobreza aumenta a vulnerabilidade da população perante catástrofes naturais, como inundações e ciclones.
A minha chegada a Tíbar foi muito bem recebida e acarinhada. No dia seguinte, viajámos para Dilor, uma aldeia de montanha a cerca de 197 km da capital, uma viagem de 6 horas complicada pelas condições das estradas. A Comunidade de Dilor que gere o Centro de Desenvolvimento Comunitário Madre Trinidad encontra-se neste local. A escola acolhe cerca de 400 crianças da zona. Têm aulas de manhã e atividades de lazer à tarde. Recebem 2 refeições por dia. Esta escola é apoiada pela Missão de Cooperação Portuguesa e pelo próprio Ministério da Educação de Timor.
A comunidade é responsável pela pastoral em várias aldeias, visitando as pessoas e as famílias mais vulneráveis. Entre elas, está o João, um doente de lepra que as irmãs acompanham há mais de 20 anos.
Em Díli, fica Cacaulido, que foi a primeira casa das irmãs em Timor, há 25 anos. Atualmente, convertida num infantário para crianças dos 3 aos 6 anos. Este ano, foram 52 meninos e 56 meninas. Em Tíbar, onde reside, atualmente, a comunidade, encontra-se o outro infantário frequentado por 9 meninos e 41 meninas; são as cantinas de Tíbar e de Cacaulido, que a Fundação apoia enriquecendo a alimentação de ambas.
Na véspera do meu regresso, visitei Gleno, a última comunidade aberta em Timor, onde as nossas Irmãs partilham a missão com as Irmãs de Nazaré. Pude ver e admirar o trabalho que está a ser feito e o que ainda está por fazer. Apesar das dificuldades, a construção está a avançar.
Só vos peço que continuemos a apoiar os projetos de Timor: FAZ MUITA FALTA.
Begoña Díaz de Diego. (Diretora de projetos)
#AmaSonhaAtua